Encravada na Mata Atlântica, a ocupação da área se deu por volta de 1860 com a implantação da via férrea da São Paulo Railway. Em 1874, foi inaugurada a Estação do Alto da Serra, posteriormente denominada Paranapiacaba, que, em tupi-guarani, significa “de onde se avista o mar”.
Com o término das obras, a Vila se transformou em residência de operadores e mantenedores do tráfego ferroviário, tendo sido ampliada para suprir a demanda habitacional gerada pela duplicação do sistema funicular. Concluído no final de 1901, esse sistema era movido por máquinas fixas e tracionado por meio de cabos, ideal para suplantar os acentuados desníveis do terreno.
As funcionalidades de seu projeto de urbanização foram consideradas inovadoras para a época. As casas eram divididas hierarquicamente, conforme as funções exercidas pelos funcionários: casas geminadas de quarto em madeira, usadas pelos ferroviários casados; casas dos engenheiros, avarandadas, inicialmente feitas em madeira e, depois, em alvenaria, consideradas de alto padrão; e as casas dos solteiros, que eram alojamentos simples, em madeira, dotados de dormitórios, sanitários, chuveiros e pequena cozinha.
Deverá, em breve, ser reconhecida pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, devido ao expressivo parque ferroviário, um dos mais relevantes exemplos da tecnologia inglesa do século XIX. A estação é utilizada, atualmente, para o turismo ferroviário.
Além dos atrativos históricos, arquitetônicos e culturais, a Vila está localizada em um recanto ambiental úmido e montanhoso, muito próximo ao litoral paulista, que mantém uma parcela significativa da Mata Atlântica, um dos mais ricos biomas mundiais.
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